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Comércio surpreende e cresce 4%
As vendas do comércio varejista em maio surpreenderam com crescimento acima do esperado por economistas.
Jacqueline Farid
As vendas do comércio varejista em maio surpreenderam com crescimento acima do esperado por economistas. A alta foi de 0,8% ante o mês anterior e de 4% ante maio de 2008, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Outra surpresa, mas negativa, foi o fato de a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) não ter produzido nenhum efeito nas vendas de eletrodomésticos.
Analistas de 20 instituições financeiras estimavam, em média, alta de 0,2% nas vendas ante o mês anterior e de 2,6% ante maio de 2008, de acordo com levantamento da AE Projeções.
O técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Pereira, destacou o desempenho melhor do varejo de um mês para outro. "Isso pode estar refletindo uma reação no crédito e na confiança do consumidor e a continuidade do crescimento da massa salarial."
Ele ressaltou que, enquanto oito atividades registraram queda nas vendas em abril ante o mês anterior, em maio o único segmento a recuar nessa comparação foi o de equipamentos e materiais para escritório e informática (-11,6%).
Além disso, o comércio varejista reverteu duas quedas consecutivas ante mês anterior, em março e abril, para um crescimento em maio. No ano, o varejo acumula alta de 4,4% nas vendas e em 12 meses, de 6,5%.
Para Pereira, os dados de maio deixam claro que é o aumento da massa salarial vem sustentando o setor. Ele exemplificou que segmentos como de hiper e supermercados (alta de 6,7% em maio ante igual mês de 2008) e artigos farmacêuticos (alta de 10%) mostram claramente essa influência da renda na vendas.
Segundo dados da Tendências Consultoria, a massa salarial real aumentou 5,3% nos primeiros cinco meses do ano em relação a igual período de 2008.
O segmento de hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que tem maior peso na pesquisa mensal de comércio e depende diretamente do poder de compra dos trabalhadores, respondeu, sozinho, por 3,1 ponto porcentual, ou mais da metade da alta de 4% apurada nas vendas do varejo ante maio do ano passado.
O diretor da consultoria Gouvea de Souza Alberto Serrentino acredita que o segmento de hiper e supermercados deve prosseguir impulsionando as vendas do varejo em 2009. "O setor vem crescendo por conta do aumento da massa salarial da população e pela desaceleração da inflação dos alimentos."
ELETRODOMÉSTICOS
O dado frustrante do comércio em maio ficou por conta dos eletrodomésticos. Pereira observou que esperava um efeito mais forte da redução no IPI sobre produtos de linha branca, a partir da segunda metade de abril, no desempenho do grupo de móveis e eletrodomésticos.
Ele ressaltou que essa atividade mostrou "alguma melhora" em maio, na série ante o mês anterior, já que registrou sinal positivo (0,1%), após dois meses de queda nessa comparação. Mas mostrou recuo significativo (-6,3%) ante maio do ano passado. "Esse segmento precisa muito de crédito, apenas a redução de preços não é suficiente para aumentar as vendas", avaliou.
Alexandre Andrade, da Tendências Consultoria, também observou que era esperada uma reação mais forte dos eletrodomésticos após a redução do IPI a partir da segunda metade de abril e os dados do IBGE mostraram que, "aparentemente, não houve o efeito desejado (de aumento das vendas por conta de antecipação de consumo)".
Serrentino também destaca que os segmentos vinculados ao crédito estão mostrando desempenho mais contido. O economista da LCA Consultores Douglas Uemura acredita que a recente reação da concessão de crédito deve ajudar o desempenho dos bens de consumo duráveis, como eletrodomésticos, nos próximos meses.
Uemura acredita que o varejo deverá continuar tendo resultados positivos e fechará o ano com alta de 4% nas vendas. "Daqui para frente, as vendas deverão manter o crescimento, talvez um pouco abaixo da variação de maio, mas crescendo. São várias as justificativas para isso: o mercado de trabalho, a recuperação da confiança, a volta do crédito ao consumidor e a redução do spread bancário de janeiro até maio", avalia. A Tendência estima uma alta acumulada de 2,0%, "com viés de alta", no ano.
Outra surpresa, mas negativa, foi o fato de a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) não ter produzido nenhum efeito nas vendas de eletrodomésticos.
Analistas de 20 instituições financeiras estimavam, em média, alta de 0,2% nas vendas ante o mês anterior e de 2,6% ante maio de 2008, de acordo com levantamento da AE Projeções.
O técnico da Coordenação de Serviços e Comércio do IBGE, Reinaldo Pereira, destacou o desempenho melhor do varejo de um mês para outro. "Isso pode estar refletindo uma reação no crédito e na confiança do consumidor e a continuidade do crescimento da massa salarial."
Ele ressaltou que, enquanto oito atividades registraram queda nas vendas em abril ante o mês anterior, em maio o único segmento a recuar nessa comparação foi o de equipamentos e materiais para escritório e informática (-11,6%).
Além disso, o comércio varejista reverteu duas quedas consecutivas ante mês anterior, em março e abril, para um crescimento em maio. No ano, o varejo acumula alta de 4,4% nas vendas e em 12 meses, de 6,5%.
Para Pereira, os dados de maio deixam claro que é o aumento da massa salarial vem sustentando o setor. Ele exemplificou que segmentos como de hiper e supermercados (alta de 6,7% em maio ante igual mês de 2008) e artigos farmacêuticos (alta de 10%) mostram claramente essa influência da renda na vendas.
Segundo dados da Tendências Consultoria, a massa salarial real aumentou 5,3% nos primeiros cinco meses do ano em relação a igual período de 2008.
O segmento de hiper e supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, que tem maior peso na pesquisa mensal de comércio e depende diretamente do poder de compra dos trabalhadores, respondeu, sozinho, por 3,1 ponto porcentual, ou mais da metade da alta de 4% apurada nas vendas do varejo ante maio do ano passado.
O diretor da consultoria Gouvea de Souza Alberto Serrentino acredita que o segmento de hiper e supermercados deve prosseguir impulsionando as vendas do varejo em 2009. "O setor vem crescendo por conta do aumento da massa salarial da população e pela desaceleração da inflação dos alimentos."
ELETRODOMÉSTICOS
O dado frustrante do comércio em maio ficou por conta dos eletrodomésticos. Pereira observou que esperava um efeito mais forte da redução no IPI sobre produtos de linha branca, a partir da segunda metade de abril, no desempenho do grupo de móveis e eletrodomésticos.
Ele ressaltou que essa atividade mostrou "alguma melhora" em maio, na série ante o mês anterior, já que registrou sinal positivo (0,1%), após dois meses de queda nessa comparação. Mas mostrou recuo significativo (-6,3%) ante maio do ano passado. "Esse segmento precisa muito de crédito, apenas a redução de preços não é suficiente para aumentar as vendas", avaliou.
Alexandre Andrade, da Tendências Consultoria, também observou que era esperada uma reação mais forte dos eletrodomésticos após a redução do IPI a partir da segunda metade de abril e os dados do IBGE mostraram que, "aparentemente, não houve o efeito desejado (de aumento das vendas por conta de antecipação de consumo)".
Serrentino também destaca que os segmentos vinculados ao crédito estão mostrando desempenho mais contido. O economista da LCA Consultores Douglas Uemura acredita que a recente reação da concessão de crédito deve ajudar o desempenho dos bens de consumo duráveis, como eletrodomésticos, nos próximos meses.
Uemura acredita que o varejo deverá continuar tendo resultados positivos e fechará o ano com alta de 4% nas vendas. "Daqui para frente, as vendas deverão manter o crescimento, talvez um pouco abaixo da variação de maio, mas crescendo. São várias as justificativas para isso: o mercado de trabalho, a recuperação da confiança, a volta do crédito ao consumidor e a redução do spread bancário de janeiro até maio", avalia. A Tendência estima uma alta acumulada de 2,0%, "com viés de alta", no ano.