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Diante da crise, o papel da liderança é fundamental

Uma crise econômica, como a que vive o Brasil atualmente, tem impacto direto não só nas finanças das empresas, mas também no seu clima organizacional

Uma crise econômica, como a que vive o Brasil atualmente, tem impacto direto não só nas finanças das empresas, mas também no seu clima organizacional. É o que mostra o histórico do “Estudo de Tendências Globais de Engajamento dos Funcionários”, realizado anualmente pela consultoria em benefícios e capital humano Aon. A pesquisa desenvolvida em 2015 com nove milhões de funcionários de 1.000 empresas, em 164 países, com o objetivo de entender como o engajamento influencia nos resultados das companhias, apontou que a macroeconomia, as relações de trabalho e as tendências econômicas influenciam o comportamento dentro das organizações.

“Em um contexto de problemas econômicos, o engajamento tende a variar para baixo devido ao fato de as empresas investirem menos em pessoas. Em contrapartida, há frustração dos indivíduos por esperarem por projetos que não são realizados ou que são desacelerados, já que diversos custos são reduzidos nesses períodos, além da incerteza sobre o seu crescimento pessoal”, afirma Agatha Alves, líder em desenvolvimento de liderança da Aon.

De acordo com a executiva, o clima organizacional em meio a um cenário de crise pode potencializar o conflito de gerações. De um lado, observam-se as novas gerações denominadas Y ou Millennials (que inclui indivíduos de 18 a 35 anos) se deparando, pela primeira vez, com uma severa turbulência político-econômica no País, e de outro as gerações que representam a maioria dos gestores, como baby boomers (BB) e X (nascidos até os anos 80), que ficam com o desafio de atender às grandes aspirações de carreira dos demais. “As diferentes metas e visões de mundo entre essas gerações não precisam ser encaradas como fontes de problemas, mas sim serem usadas pelos gestores para que as organizações passem de maneira menos traumática por esse momento”, explica Agatha.

Diante desse cenário, o papel da liderança é fundamental: a geração experiente vai precisar ajudar a mais nova a ajustar suas expectativas. “A geração X cresceu num contexto de grande conexão com os valores das organizações, por isso é peça importante para mostrar aos mais jovens o tipo de compromisso que as empresas precisam no momento”, orienta.

Segundo ela, as gerações BB e X contribuem com sua experiência e seu modo de agir mais alinhado à hierarquia e aos valores empresariais para mostrar aos demais que é necessário trabalhar com a maior dedicação possível para superar os problemas. Já as contribuições das gerações mais jovens, de acordo com Agatha Alves, aparecem mais representadas em sua ânsia pelo crescimento, à maior facilidade de adaptação a novos desafios e sua proposta de novos modelos de relacionamento, que serão direcionados para produzir novas soluções que a realidade desafiadora atual exige.

Por fim, a líder em desenvolvimento de liderança da Aon ressalta que traços comportamentais de diferentes gerações se misturam cada vez mais nas pessoas hoje em dia e esse é um ponto positivo para melhorar o ambiente de trabalho.

“As gerações BB e X já vivem há algum tempo em uma sociedade Millennials, absorvendo novos aprendizados e se transformando. Com isso, os gestores estão compreendendo que não basta ‘comandar’, mas que existem múltiplas maneiras de gerir equipes em função da diversidade de pessoas e de novas formas de negócios”, explica. “As empresas, portanto, devem incentivar os funcionários a trocar experiências com os colegas de todas as gerações, pois somente assim poderão superar qualquer período de crise”, complementa.