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Como reter talentos líquidos?
Os tempos de liquidez nos mostram que a mobilidade é um dos principais desafios que as corporações precisam lidar na atualidade
Identificar pessoas na quantidade e com as competências certas é essencial para o sucesso de toda empresa. É a qualidade da equipe que vai determinar o êxito, ou não, da companhia. Na Era da liquidez, em que cada vez mais os profissionais priorizam a mobilidade, um dos grandes desafios das corporações é mantê-los inspirados para permanecerem. Mas, afinal, como criar um ambiente de trabalho diferenciado para reter colaboradores com este perfil?
Talentos líquidos prezam, acima de tudo, por liberdade e não concebem um clima organizacional burocrático, pouco transparente ou sem abertura ao diálogo. Além disso, eles precisam se identificar com os valores da companhia onde trabalham para, realmente, estabelecerem laços. A mensagem institucional, portanto, deve ser clara e objetiva, sobretudo, em relação à mobilidade.
É necessário transmitir que a organização está de braços abertos para a troca de áreas, de função e até mesmo de uma empresa para outra dentro do próprio grupo, incluindo suas filiais em cidades ou em países diferentes. Uma política mais restritiva relacionada a isso, pelo contrário, propicia a fuga deles que, muitas vezes, vão direto à concorrência, onde acreditam haver um clima corporativo mais inovador e participativo. Daí a importância de se ter uma comunicação específica para eles.
Por conhecerem o seu potencial, os talentos líquidos sabem o que devem fazer para realizar suas tarefas cada vez melhor e de maneira mais eficaz. E não gastam tempo e energia em um local no qual não acreditam ou não enxergam possibilidades reais de crescimento, mas, principalmente, de mudanças. Em contrapartida, esperam ter um acompanhamento constante de seu desempenho, após feedbacks regulares, com o reconhecimento adequado.
Bem mais do que apoiar e estimular, é fundamental promover realmente a mobilidade dentro da companhia. Programas que identifiquem não somente o perfil profissional de cada funcionário, como também o de aspirações e o de potenciais compõem o mapa das oportunidades que legitima o acesso às novas trajetórias dos talentos.
Regras, no entanto, devem ser seguidas para que o desejo por mudanças destes profissionais não acabe por desestruturar a organização. A pressa desmedida deles em mudar, muitas vezes, é maior do que o período de lapidação de seus talentos, o que pode comprometer o desenvolvimento e o aprendizado em pouco tempo. É preciso, por isso, realizar cada transição com calma, não encurtando os caminhos, garantindo, assim, a mobilidade correta, tanto para eles quanto para a empresa.
Os tempos de liquidez nos mostram que a mobilidade é um dos principais desafios que as corporações precisam lidar na atualidade.
E que, para serem bem sucedidas, é preciso não somente se adequar ao perfil destes novos profissionais, mas, acima de tudo, apostarem neste fator para inovarem processos e aperfeiçoarem sua comunicação. Por desejarem liberdade para o desempenho de suas habilidades, estes talentos apontam que é necessário espaço, ainda que controlado estrategicamente, para se desenvolverem, criando, assim, cada vez mais laços para desejarem, de fator, permanecer em longo prazo.